
Amigos,
Ela era uma colega de escola. Tenho vagas lembranças.
Um dia a beleza dela me chamou 'atenção. Olhei diferente. Vi uma coisa que nunca tinha visto, a feminilidade. Um brilho especial; uma luz nova sobre a terra. O ar se perfumou. O vento soprou. Um caminho se abriu. A mente despertou. Com doze anos, passei a sonhar felicidade. Tomei consciência de que a vida completa é bi; que eu estava só sem par. O capim cheirou. A cana ficou mais doce. A farinha de mandioca tomou gosto. A mata balançou. A aguá do córrego sábia me chamou pr'um banho. Tudo era azul, verde, dourado. O coração acelerou dentro de meu peito. A vida abriu a cortina da plenitude. Perdi o sossego. Ganhei novo sossego.
Eu olhava pra ela todos os dias. Eram momentos infinitos.
Um dia, depois da aula, como de costume, eu fui levar o café pro papai e meus irmãos. Eles estavam fazendo farinha de mandioca lá, num quitungo. Ela apareceu lá. As mulheres têm atitudes que só elas entendem. Nunca tinha falado nada com ela. Fiquei atônito, paralisado.
Se já era acanhado, quedei intimidado. Agora só conseguia 'ver' suas belezas íntimas, aquelas que elas só mostram para os escolhidos. Que podem ser escondidas facilmente, para despertar curiosidade. Me sentia culpado e com vergonha por ter aquela curiosidade, aqueles pensamentos. Mal sabia que carregaria aqueles sentimentos pro resto da vida. Que era apenas um fato inerente à minha condição humana.
Passei o resto do dia entre a realidade e o sonho.
Um dia a beleza dela me chamou 'atenção. Olhei diferente. Vi uma coisa que nunca tinha visto, a feminilidade. Um brilho especial; uma luz nova sobre a terra. O ar se perfumou. O vento soprou. Um caminho se abriu. A mente despertou. Com doze anos, passei a sonhar felicidade. Tomei consciência de que a vida completa é bi; que eu estava só sem par. O capim cheirou. A cana ficou mais doce. A farinha de mandioca tomou gosto. A mata balançou. A aguá do córrego sábia me chamou pr'um banho. Tudo era azul, verde, dourado. O coração acelerou dentro de meu peito. A vida abriu a cortina da plenitude. Perdi o sossego. Ganhei novo sossego.
Eu olhava pra ela todos os dias. Eram momentos infinitos.
Um dia, depois da aula, como de costume, eu fui levar o café pro papai e meus irmãos. Eles estavam fazendo farinha de mandioca lá, num quitungo. Ela apareceu lá. As mulheres têm atitudes que só elas entendem. Nunca tinha falado nada com ela. Fiquei atônito, paralisado.
Se já era acanhado, quedei intimidado. Agora só conseguia 'ver' suas belezas íntimas, aquelas que elas só mostram para os escolhidos. Que podem ser escondidas facilmente, para despertar curiosidade. Me sentia culpado e com vergonha por ter aquela curiosidade, aqueles pensamentos. Mal sabia que carregaria aqueles sentimentos pro resto da vida. Que era apenas um fato inerente à minha condição humana.
Passei o resto do dia entre a realidade e o sonho.
(Altair Malacarne - 17/08/2008)
(Texto postado por Isabel Goulart)
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