Amigos,
Ando escrevendo algumas coisas em tópicos de comunidades aqui do Orkut. Tenho recebido palavras de estímulo. As pessoas dizem que emprego bem os vocábulos.
Espero que meus leitores tenham o mesmo prazer que eu tenho quando escuto uma pessoa falar bem. Ou escrever bem. Isto me faz lembrar de meu antigo professor de Literatura. Certa vez ele contou o seguinte.
Ele morava em Vitória (ES). Lá, ele foi assistir a uma palestra de Guimarães Rosa. O grande mestre das palavras disse, mais ou menos, o seguinte:
- As palavras são como notas musicais. Vou escrevendo e sentindo o "som" delas. Se alguma não forma um perfeito "acorde" no conjunto, vou trocando até achar uma que "soa" bem.
Cito como exemplo da atualidade, as poesias musicadas por Chico Buarque. O que se sente nelas é a sonoridade, a grandeza e a plenitude do universo.
Sonho com isso.

(Altair Malacarne. Escrever. 21/12/2006.)

1.11.08

Camioneiros

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Amigos,

Os primeiros caminhões por aqui eram importados, pequenos, movidos a gasolina. Lembro-me de algumas marcas: FARGO, FORD, DODGE, CHEVROLET, NASH, STUDEBAKER, DIAMOND, INTERNATIONAL, BEDFORD, VOLVO(a gasolina), DE SOTO, CHRYSLER, GMC, FEDERAL, MACK, SUPER-WHITE. Havia uns poucos com motor Diesel: BUSSING, BERLIET, MERCEDES-BENZ. Geralmente o pessoal tirava o motor a Diesel e botava um a gasolina, que era boa, barata e mais fácil de encontrar. Embora não houvesse posto, ela vinha em tambores de 200 litros e era vendida no meio da rua. Os primeiros camioneiros eram donos de comércio, geralmente de café. Os carrinhos carregavam no máximo 120 sacas de café pilado, uma façanha. Levavam para Colatina, onde o produto era vendido. Na volta, traziam pongueiros, conhecidos e desconhecidos. As mulheres vinham na boléia. Era muito comum algum quebrar na estrada e ficar ali uns 30 dias esperando peça. Alguns socorros eram companhia do motorista: "chicão", lona, corrente pra barro, enxada, bomba de encher pneu, alavanca, "macuco", lata de pegar água, e a indefectível manícula para os mais velhos, já que não tinham motor-de-arranque. O camioneiro era conhecido. Ele levava doentes, trazia remédios, comprava sal e mantimentos, botava carta no correio, carregava eleitores, cartas-de-amor, recados, embaixadas de futebol, o padre, as "piranhas". Não raro, era chamado para apartar desafetos e resolver confusões. No povoado que crescia, ele era uma autoridade. São Gabriel da Palha promove agora mais uma Festa do Camioneiro. É hora de homenagear os primeiros moradores que se destacaram nesta atividade. Em nome de um passado hoje tão presente e pujante. Em meu livro da história da origem da Cidade eu cito os 2 primeiros: Eduardo Glazar e um tal de Lulu. E um camioneiro de Colatina, Heitor Alencar, botou a primeira linha de ônibus entre São Gabriel da Palha e aquela cidade.


(Altair Malacarne - 11/09/2007)

(Texto postado por Isabel Goulart)

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