Amigos,
Ando escrevendo algumas coisas em tópicos de comunidades aqui do Orkut. Tenho recebido palavras de estímulo. As pessoas dizem que emprego bem os vocábulos.
Espero que meus leitores tenham o mesmo prazer que eu tenho quando escuto uma pessoa falar bem. Ou escrever bem. Isto me faz lembrar de meu antigo professor de Literatura. Certa vez ele contou o seguinte.
Ele morava em Vitória (ES). Lá, ele foi assistir a uma palestra de Guimarães Rosa. O grande mestre das palavras disse, mais ou menos, o seguinte:
- As palavras são como notas musicais. Vou escrevendo e sentindo o "som" delas. Se alguma não forma um perfeito "acorde" no conjunto, vou trocando até achar uma que "soa" bem.
Cito como exemplo da atualidade, as poesias musicadas por Chico Buarque. O que se sente nelas é a sonoridade, a grandeza e a plenitude do universo.
Sonho com isso.

(Altair Malacarne. Escrever. 21/12/2006.)

29.10.08

"Altair tem a língua da mata, dos bichos, dos homens..."

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Papagaios



Amigos,
Hoje eu revivi minha infância. Um bando de papagaios fez o maior barulho na mata. Era uma "vozeirada" incrível. Parecia que a mata tinha ficado mais verde. Fui dominado pelas lembranças do passado.
A palavra era difícil de falar. Eu dizia "pagagaio". Os adultos me corrigiam.
Depois fui pra escola. Lá aprendi que quem troca "lh" po "i" é caipira. Me deram como exemplo "gaio" por /galho/. Fiz logo a super-correção: "papagalho". Após um bom tempo, descubro que é PAPAGAIO mesmo. Espero que fique assim.
A imagem não mudará. Verde, de cabeça vermelha ou amarela, festivo. Às vezes fala, dança, presta atenção em tudo, adora uma chuva. Testemunha insuspeita de traições sexuais. Ou das fraquezas humanas tão comuns.
Os padres do seminário me contaram uma história interessante. Um romano puxa-saco lutou longamente para ensinar um papagaio a falar "AVE CAESAR". No início, o bicho não quis falar. O romano dizia desanimado: "Operam totam me perdidit" (Perdi todo o meu trabalho). Mas, por fim o "verdinho" falou. O cara foi ao palácio mostrar a façanha ao imperador.
Reunida a corte para a solene apresentação, o papagaio falou:
-"OPERAM TOTAM ME PERDIDIT".

(Altair Malacarne - 08/12/06)


Saíras


Penduramos um cacho de bananas num pé de teca, pertinho da varanda.
A intenção era atrair o sofrê. Ele é um passarinho arisco, de u'a beleza incrível. Todo preto com u'a mancha alaranjada dos lados. E tem um canto que "machuca" a gente. Não sei se é porque eles estão na época de namoro.... Emitem trinados e assovios fantásticos, arrebatadores.
Aconteceu, no entanto, u'a coisa inesperada.
Por aqui tem uma avezinha chamada SAÍRA, também de u'a beleza espetacular. Elas têm umas penas verde-metálico e quando voam, aparece sobre as asas um fundo amarelo-encarnado, num contraste que lembra o verde-amarelo do Brasil. O dicionário HOUAISS dá seguinte acepção:

SAÍRA {verbete} Datação 1898 cf. DHPT Acepções ■ "substantivo feminino Rubrica: ornitologia. Regionalismo: Brasil. 1 design. comum a várias aves passeriformes, da fam. dos emberizídeos, subfam. dos traupíneos, esp. as do gên. Tangara, com cerca de 50 spp., abundantes na América do Sul, que possuem plumagem ger. colorida e brilhante com dimorfismo sexual; saí, saixê, tem-tem 2 m.q. gavião-relógio (Micrastur semitorquatus) Etimologia no DHPT, tupi sa'ira 'm.q. 2saí'; Nasc. considera f. desnasalada do tupi sa'i 'rã (< 'rana) 'semelhante ao 2saí'; f.hist. 1898 sayra."

Elas estavam sumidas daqui.
De repente voltaram. Um bando. Umas 8. Se juntaram no cacho de banana. Produziram uma cena luminosa. Parecia um jogo de luzes numa ribalta. U'a maravilha. Nem se lembra que o canto delas é um pio muito pífio. Nem se lembra do sofrê. Elas fazem uma aura em volta da fruta e só voam quando chega a perigosa sabiá.

Enquanto se ouve o canto inebriante do sofrê nas alturas, olha-se o espetáculo das saíras em volta do cacho de bananas. Já tem outro cacho madurando.

(Altair Malacarne - 23/08/07)


Caga-sebo

DICIONÁRIO HOUAISS
"Substantivo masculino 1 Rubrica: ornitologia. Regionalismo: Brasil. design. comum e imprecisa de diversas aves passeriformes de proporções diminutas, que o povo do interior não dá importância e não diferencia; caga-sebinho, caga-sebite, caga-sebito, sebinho, sebite, sebito 2 Rubrica: ornitologia. Regionalismo: Brasil. m.q. cambacica (Coereba flaveola)”


Parece um gaturamo, mas é menor e não canta igual. É menor. Entretanto, tem o dorso preto-azeviche e o peito amarelo-ouro igual à goipaba(gaipapa), fêmea do gaturamo. E o canto deles é um trinadozinho reles e insípido. O gaturamo sim, é um passarinho polivalente no canto: ele faz um pot-pourri das melodias de outros pássaros, produzindo uma fonia policrômica.
O que me chamou a atenção hoje cedo, aliás, já vem me chamando há dias, é o ninho deles.
Eles fazem o ninho pendurado numa haste dobrada de um pé de graxa(hibisco). Ele enlaça a ponta da haste, prendendo-se nos apêndices do ramo. É construído com cabelos, chumaços e gravetinhos. Fica pendurado. Tem a forma de um cone de 30 cm de comprimento e um rodo máximo de 10 cm. Na parte superior ele tem, incrível, um toldo cobrindo a entrada. Quando a Telma me falou, tive que olhar para acreditar. Dessa forma, o leito fica totalmente protegido das intempéries. E eles podem criar seus filhotes com a segurança da sua miraculosa criação.
Eram 9.00 hs. Ele(ou ela) vinha com uma coisinha no bico, pousava a 1 metro de distância e depois voava até o ninho. Entrava, ficava lá dentro alguns segundos e saía voando à procura de mais algum badulaquezinho. Isto durou uns 30 m. Aí chegou na vizinhança a polvorosa sabiá e o bichinho sumiu.
Amanhã eu vou ver ele de novo.

(Altair Malacarne - 27/08/07)


Sofrê

Amigos,
SOFREU. Também é conhecido pelos nomes de sofrê ou corrupião. Hoje eu vi 2: um na beirada do rio Barra-Seca e outro aqui em casa. Ele é todo amarelo, pouco menor que um tigê. Segundo o dicionarista A. Nascentes, o nome dele vem de seus canto, que lembra um grito de sofrimento. O passarinho é lindo. Lembro-me que a Gabriela, do livro Gabriela, cravo e canela, subiu num telhado para pegar um.
Fico imaginando "o que não havia" de fauna quando nossas matas ainda existiam... Ontem eu estava andando em volta da casa, quando escutei um. O seu canto logo chama a atenção.
Ele consta de 2 notas bem distantes, bem contrastantes. Elas são extremas como as cores de sua penas.
Um preto azeviche ao lado de um amarelo-abóbora chamam e prendem nossa visão. Lembram um antigo pássaro de nome japim (inhapim), que existia por aqui. Só que o inhapim exibe um amarelo-ouro ligeiro e pouco evidente num corpo todo preto. No sofreu há um campo equivalente nas cores.
A canto dele é repetitivo e envolvente como o tucano.
Se as 2 notas fossem simultâneas produziriam um acorde talvez dissonante, mas bem característico. Tão marcantes que, junto às cores das plumas, são capazes de tornar a ave um tesouro a ser conservado.

(Altair Malacarne - 31/08/07)


Sofrê (II)

Amigos,


FAUNA Família: Emberizidae Subfamília: Icterinae Espécie: Icterus jamacaii Comprimento: 23 cm. Encontrado exclusivamente no Brasil, do leste do Pará, Maranhão, Ceará e Pernambuco estendendo-se para o oeste até Goiás, e para o sul até Bahia e Minas Gerais. É comum em áreas da caatinga e zonas secas abertas, onde pousa em cactáceas, e também em bordas de florestas e clareiras, nos locais mais úmidos. A espécie chegou ao leste do Pará apenas recentemente, a partir do Maranhão, beneficiada pelo desmatamento. Vive aos pares, alimentando-se a várias alturas, com preferência para a vegetação mais baixa. Não costuma acompanhar bandos mistos de aves. Seu canto é melodioso, sendo bastante apreciado como pássaro de estimação. Raramente constrói seu próprio ninho. Durante a reprodução costuma ocupar os ninhos do casaca-de-couro, joão-de-pau, japiim, bem-te-vi e joão-de-barro. Conhecido também como corrupião e concriz.

(Alatir Malacarne - 03/09/07)


Nidificação


Amigos,
Ontem ele não veio. Hoje vieram dois. O canto deles estava diferente. Uma hora baixinho, de repente volumoso.
Eu estava tentando ver um, mas não conseguia. Só ouvia aquele canto mavioso. Agora com trinados novos, encantadores.
De repente, passou um voando e entrou no pé de carambola. Em seguida veio outro e também sumiu lá dentro. Então, ou ouvi u'a melodia incrível. Puro encantameto. Pensei: Aquilo é namoro. O momento foi mais um sublime êxtase da criação.
Perguntei ao Waldecir:
- Lá na sua casa tem?
- Tem demais. Eles estão se reproduzindo.

- Onde é o ninho deles?

- Eles não fazem ninho, não. Estão ninhando onde foi um ninho do "João Graveto".

Caprichosa a nossa natureza. A cada momento ela nos ensina que os seres vivos somos todos irmãos.

(Altair Malacarne - 03/09/07)


Caga-sebo (II)

Nasceram dois. Discretamente. Não fazem barulho. A gente não nota.
O sebinho é um passarim muito escondido. Dá impressão que sumiu, desapareceu.
Ontem, só com muito cuidado, eu vi que tinha dois perto do ninho. Fiquei observando e vi quando um voou até o "picuazinho" e voltou, sem entrar. Depois veio outro e fez a mesma coisa: NÃO ENTROU.
Olhei melhor e notei que eles traziam alguma coisa no bico. E realizavam a mesma obra: Voavam até o ninho pendurado e voltavam, sem entrar. Chamei a Telma e falei com ela:
- Eu acho que a entrada do 'saquinho' está trancada e eles não conseguem entrar para chocar os ovos.
A Telma veio, pegou o ninho com a mão e... surpresa:
- 2 filhotes.
Maravilha. O milagre da vida se fez. Ficamos sem saber o que falar.
Passado algum tempo, eu reparei um detalhe: aquela "coisinha" que eles traziam no bico sumia depois que pousavam na porta do ninho. Quando retornavam, voltavam sem a carguinha. Comecei a me perguntar: Como se explica isso?
Depois de um tempo, achei a explicação: aquilo é comida pros filhotes. Eles chegam na porta de entrada, agora sempre aberta, abrem o bico e a ração cai perto dos filhotes. Estes dispõem de pequeníssimo espaço, reservado só pra eles.
Hoje havia só um na vizinhança do ninho. Experimentei elevar a bengala até o aconchego. O bichinho virou um avião de combate. Deu um rasante tentando proteger, protegendo as crias. Afastei-me arrependido.
Neste mundo magnífico da criação, aprendi a ter reverência a cada companheiro de jornada. Penso que sou superior a eles. Será?

Abraços

(Altair Malacarne - 05/10/07)



Sofrê (III)

Todo ano, esta época, o sofrê volta.
Após um período de hibernação, junto com as águas, um pouco antes, os casais aparecem. No início timidamente. parece que com medo de atingir a gente com seu canto profundo. Aos poucos vão aparecendo, com suas penas fortíssimas e seus vôos curtos, rápidos e rasantes. Parece que estão procurando algo. Vão voando um vôo vivo, vivificante, variado, vistoso. Quando tem u'mamão maduro, ou banana, eles fazem u'a rápida parada num galho, sempre às escondidas, discretos, mas sempre se virando pra lá e pra cá, cantando. Cantando seu canto cativante, carinhoso. castiço, calmante, criativo, incrível.
Tenho a impressão de que eles estão procurando um lugar fresco e iluminado pra procriar. Um lugar seguro, onde o ninho deles não esteja sujeito à sanha de algum gavião. Acho que é por isso que sempre nidificam lá embaixo, na moita de bambu. Perto tem água e gente morando. No meio do bambuzal é seguro, escondido. Lá embaixo não descem os predadores, sempre dispostos a seguir rigorosamente o princípio da cadeia alimentar. Ali eles podem exercitar livremente os cantos especiais de mãe e pai. Encontram já prontos e vazios os ninhos dos guaxos e aproveitam. Fazem aquilo que a Inteligência mandou.
Como disse Guimarães Rosa ao ver os quero-queros: É o amor.

(Altair Malacarne - 12/08/08)


Acasalamento

A primavera é a época em que caem as chuvas mais fortes e abundantes em nossa semi-nordestina região. As represas e os córregos se enchem. O mato efêmero brota. Fica tudo verde. Vêm frentes frias do pólo sul e dos Andes. Às vezes acontece um milagre: Chove mansinho durante u’a semana. É quase um orgasmo.


Nessa época, o ar se enche de cantos de aves especiais: o sofrê e a sabiá. Eles estavam amoitados, escondidos. Apareceram assim que o frio foi embora. Começaram a cantar seus cantos chamativos, que parecem estar procurando despertar a admiração de alguém. Não sei se é a fêmea ou o macho que pratica esse encantamento. A melodia se repete no transcorrer do dia e parece cada vez mais bonita.
Sabemos a que ela se destina. É um sinal atrativo de um parceiro chamando outro para o namoro. O ninho estará sendo cuidado para receber o casal. A sobrevivência das espécies será garantida pelo cumprimento da lei da criação. O ser humano tem a voz e a palavra no relacionamento com o semelhante. Essas aves usam também a voz para modularem sons de apelo ao convívio íntimo. Tudo é feito de acordo com uma vontade inteligente.

(Altair Malacarne - 06/10/08)


Sabiá

Colegas,
Uma sabiá lá fora insiste em começar o seu canto, modulando tons variados, em escalas diversas, sem dar seqüência ao seu intróito. Ela não sabe que eu estou aqui na maior angústia, doido pra ouvir o restante de sua sinfonia; que nunca vem. A melodia fica só no início.
Mistério da criação: Muita beleza aparece só numa ponta. A gente fica na vontade de puxar o véu e 'ver' o restante, o que está velado, o total, o infinito. Parece que temos dentro de nós essa vontade de ser deuses, saber o que ninguém sabe, ouvir o que ninguém ouviu. estar aonde ninguém esteve. Vivemos querendo mais, desejando o impossível, sonhando com o gozo infinito, eterno, prazer total.
E, no entanto, somos mortais. Tudo que nasce morre. Quem entrou tem que sair.
A sabiá não sabe que despertou em mim esse desejo de prazer eterno, infinito, capaz de me satisfazer plenamente enquanto ele durar. E eu queria que ele durasse eternamente.
Sabiá, eu sei que você cumpriu um desígnio da criação. Como eu gostaria de saber de onde você veio...

(Altair Malacarne - 14/10/08)


(Textos postados por Edmilson Borret)

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Dionísia

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(Pintura de Achilles Devéria)


Amigos,
Dionísia é da mesma época da Romilda. Bem mais velha, feia igual o capeta. Era a nossa lavadeira. Era principalmente "mãe solteira".
Vinha trazer a roupa lavada todo sábado à tarde. Geralmente nós estávamos os 3 descansando. Éramos obrigados a trocar de assunto.
Um dia ela veio e eu estava lá sozinho. Fiquei olhando a displicência dela. De repente me veio a vontade.
Levantei da cama e fui pro lado dela. Botei as mãos na bunda dela. Ela ficou quieta. Eu levantei a saia dela. Ela estava sem calcinha. Eu enfiei.
Rapidamente, em pé, fizemos nossa primeira transa.
Abraços.

( Altair Malacarne - 26/11/06)


Chacal

Meu caso com a Dionísia ia "de vento em popa". Meus colegas de "república", se sabiam, nada falavam. Dionísia era "quente". Parecia que eu nunca achava o fundo da "buceta" dela. Ela já chegava rindo.
Um sábado, ela demorou a chegar. Desci e mandei o Puruca(meu engraxate) chamá-la. Ela prometeu vir mas não veio.
Eu saí excitado.
- Por que você não foi?
- "Tô de boi".
Empurrei ela contra a parede, levantei a saia dela, tirei as proteções e enfiei o pau. Ela gemia.

(Altair Malacarne - 04/12/06)



"Alicate"

Dionísia tinha uma particularidade que me deixava louco. Dizem, já li, que isto é uma técnica das mulheres negras. Dionísia é uma morena.
Depois do sexo, o meu "piru" ficava "dormindo" dentro da "buceta" dela. "Meia-engorda", dizem os entendidos.
Neste momento ela praticava o tal "alicate", uma leve "mordidinha" que ela aplicava no meu "pau'", com a "bainha" ainda quentinha. Eu "levantava vôo". Era muito bom.

(Altair Malacarne - 12/12/06)




(Texto postado por Edmilson Borret)

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Sobre Romilda

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(Pintura de Achilles Devéria)



Romilda

Saí do seminário em 1958. Estava com 19 anos. Em 1959 fui lecionar no recém-fundado "ginásio" de minha terra natal, ainda uma vila. Estava tão "dominado" que tinha vergonha de conversar com as meninas. Fiquei ali um bom tempo e nunca tive coragem de ter alguma intimidade com elas. Nem com nenhuma. Em 1963 mudei para Colatina. Passado um tempo, achei que tinha de comprar um revólver. Me disseram que seria fácil achar no puteiro. Fui lá. Dei de cara com a Romilda, uma ex-aluna. - O Hélio "malário" me fez mal. Agora estou aqui, procurando uma melhora de vida. Que que você quer?... Romilda era baixinha, morena, cheia de carnes, bem fornida, como se dizia. Me recebeu com um sossiso. - Vamos no meu quarto. Lá a gente conversa mais à vontade. Entramos. Ela se sentou na cama. Eu a seu lado. Ela notou logo que eu estava excitado. - Que isso aí?... foi falando e logo levando a mão pra minha "vergonha". Não aguentei. Eu estava com 25 anos e nunca tinha feito sexo. Ela estava com um vestido transparente, sem calcinha. Tirei minhas roupas num segundo. Só parei a hora que veio aquela "enxurrada". - Quanta porra... Você é virgem... Nunca tinha "visto" mulher?... Quero mais... Teve mais. Teve mais por 4 anos, até eu casar. Fizemos uma amizade gostosa. Um dia, uns 5 anos depois de casado, ela foi me visitar no banco. Lembramos do passado. Agora eu tinha mulher. Mas ela, Romildinha, me introduziu em nosso paraíso.

(Altair Malacarne - 14/10/2006 )





O Batom

Agora eu tinha uma namorada pra valer. Coisa séria. Virgem. Um "passarinho" da mata. Um "beija-flor". Pra não passar vergonha, com o "pau" duro na frente dela, eu "descarregava" na Romilda. Romilda era fácil. Era só ir lá na zona, na boate "Brasília". Romilda tinha uma boceta(buceta) apertadinha, pequena. Ela me levava à loucura. Se Romilda me tivesse liberado o cu, acho que eu teria mudado o rumo da minha vida. Um dia demorei por lá. Conversei. Romilda quis saber quem e como era minha namorada. Se era sério... Que idade ela tinha... Loura ou morena? Como sempre, a trepada foi "homérica". Daquelas de gemer, gritar e dormir. Fui namorar sem jantar. Ela estava linda. Me olhou de cima em baixo. Quando chegou na manga da camisa, parou.
- Que isso? Quem botou esse batom aí? Igualzinho uma boca... Perdi o rebolado. Nem lembro o que eu falei. Acho que "botei a viola no saco" e me mandei logo. Falar o quê? Contra fatos não há argumentos.

Interessante: Um tempo depois, estávamos no carro e ela me fez um pedido estranho: - Sempre tive curiosidade pra conhecer a "Brasília". Me leva lá?

Como diz Guimarães Rosa: Coisas do amor.

(Altair Malacarne - 03/11/2006)



(Texto postado por Isabel Goulart)

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